Localizado no Caribe, o Haiti limita-se ao norte pelo Oceano Atlântico e ao sul pelo Mar do Caribe e a oeste pela República Dominicana. Seu território abrange 27.797 Km2. Compreende basicamente duas penínsulas, que se unem pelo vale do rio Artibonite e formam o golfo de Gonâve. O terreno é montanhoso e tem altitude superior a 490m. O principal sistema montanhoso, o Massif du Nord, com altitude média de 1.200m, segue para leste em direção à República Dominicana, onde é chamado também de cordilheira Central. O monte La Selle, no sudeste, é o ponto culminante do país, com 2.674m. As serras se alternam com planícies férteis, excessivamente populosas, as maiores das quais são a Plaine du Nord, com 390km2 e o Cul-de-Sac, que divide o país em duas regiões e onde está localizada a capital. Os rios são curtos e torrenciais. O maior é o Artibonite que, com 322 km de extensão, banha quase um terço do país. Outros rios importantes são o Guavamouc, o Libon, o Trois Rivières e o Estere. Os principais lagos são o Saumâtre, no sudeste e o Miragoâne na península do sul.
Há diversas ilhas no litoral haitiano, entre elas a de Gonâve, no golfo do mesmo nome; Tortuga, refúgio de piratas franceses no século XVII, no Atlântico e a Grande Cayemite e a de la Vache.
Faz parte do conjunto de cadeias montanhosas orientadas de Oeste para Este, separadas por depressões, que formam a grande ilha. A cadeia central, de rochas cristalinas, está cercada de maciços sedimentares que culminam na montanha de Selle (2680 metros), já em território do Haiti. O terreno montanhoso e a proximidade do mar modificam o clima tropical úmido. As temperaturas, altas no litoral e mais baixas nas montanhas, variam pouco, com médias de 24o C em janeiro-fevereiro e 28o C em julho-agosto. Os índices pluviométricos variam de 500 mm anuais no noroeste a 2.500 mm nas montanhas. De agosto a novembro podem ocorrer furacões. As chuvas mais concentradas ocorrem nos meses de Abril a Junho e em Outubro e Novembro.
No início, os dois lados da ilha eram recobertos por florestas tropicais. Estas desapareceram em grande parte, mas a República Dominicana soube preservar cerca de um terço de suas paisagens originais, ao passo que o Haiti esgotou quase que totalmente seu capital florestal. A natureza, entretanto, preparava destinos opostos. A parte oriental da ilha é mais irrigada. O relevo de planícies e de planaltos que se esgueira entre picos que chegam a 3.000 metros de altitude oferece terras de melhor qualidade: a República Dominicana tinha uma vocação agrícola. Foi o Haiti que se apoderou dela. Primeiro para consolidar a prosperidade da colônia francesa: sua economia açucareira faz dela o território mais rico do Novo Mundo. E depois rapidamente para o pior, uma vez que a expansão agrícola se tornou a da miséria.
No início dos anos 1920, a floresta tropical ocupava ainda 60% da superfície nacional. E depois menos de 20% na virada dos anos 1950. Hoje, restam somente 2% dela. Com cerca de 10 milhões de habitantes – como na República Dominicana, mas sobre um território duas vezes menor , o Haiti tem a maior densidade populacional da região. A floresta foi destruída pelos milhões de camponeses em busca de um pedaço de terra para sobreviver, e de madeira que garante a mais de 65% dos haitianos a única fonte de energia. Para muitas famílias, a madeira revendida na cidade fornece uma renda complementar sem a qual seria difícil ficar, uma vez que devem sobreviver com US$ 2 (R$ 3,72) por dia. E assim 30 milhões de árvores seriam cortadas todo ano, segundo a ONU.
O desaparecimento das árvores levou a erosão dos solos, reduziu sua fertilidade e provocou fenômenos de seca e de desertificação. As chuvas expõem as cidades às inundações e a lama. Os ciclones tropicais no Haiti é muito mais representativo do que em seu vizinho dominicano. O desmatamento foi
responsável pelo trágico resultado dos dois últimos grandes ciclones, em 2004 e em 2008, durante os quais a região de Gonaives, no norte do país, foi particularmente atingida.
A gravidade do problema é conhecida. Diversos programas de reflorestamento estão sendo desenvolvidos com o apoio de financiadores internacionais. A miséria leva os haitianos a se instalarem ilegalmente do outro lado da fronteira para encontrar os recursos que sua terra não lhes dá mais.
Na vegetação original do Haiti abundavam árvores como o pinheiro, a palmeira-real, o cedro-antilhano, o carvalho-do-haiti, o pau-brasil, o mogno e a paineira. Nas regiões montanhosas, as florestas são abastadas em mogno e jacarandá, pinho e o cedro. Nas partes mais áridas predominam as espécies xerofíticas. As savanas caracterizam a flora do país. O mogno e o pinho sobrevivem em reservas florestais.
Grande parte da população haitiana utiliza a madeira e o carvão vegetal como combustível de cozinha, o que faz com que o país sofra uma elevada taxa de desmatamento. A exportação intensiva de madeira e a necessidade de terreno cultivável levaram ao desmatamento e à quase total extinção das árvores. As savanas ocupam amplas áreas e os manguezais aparecem com freqüência no litoral. Há muitas plantas e frutas tropicais ou subtropicais, como coco, abacate, manga, lima e laranja.
A fauna se compõe de animais de pequeno porte, com algumas espécies de roedores e um grande número de insetos e répteis, como os lagartos e iguanas são os mais comuns.
A agricultura é a atividade econômica que ocupa maior número de haitianos, seguida da pesca. O potencial agrícola é amplo em variedade e quantidade, mas um grave problema é a degradação das zonas florestais, provocada pela ampliação das áreas de cultivo, e a plantação de espécies de crescimento rápido provocou a erosão de solos férteis em algumas regiões.
A cultura mais importante é a do café, seguida da cana-de-açúcar. No vale do Artibonite se cultiva arroz, alimento básico da população. São importantes ainda as culturas de cacau, algodão, fumo, mamona e campeche. Na parte sul há cultivos de plantas para a extração de óleos aromáticos. Os produtos de maior consumo interno são arroz, mandioca, batata-doce, milho, inhame, feijão e frutas (pêssegos, figos, morangos, mangas e bananas).
Os idiomas adotados no Haiti são o francês e o créole. Noventa e cinco por cento da população é negra, sendo os 5% restantes mulatos e brancos. Ainda que haja uma força de trabalho estimada em 3,6 milhões, há escassez de mão-de-obra qualificada, e o índice de analfabetismo é de 47,1%. O Haiti sofre com uma altíssima taxa de desemprego e subemprego; mais de dois terços da população encontra-se em empregos informais.
Os principais recursos naturais do Haiti são: bauxita, cobre, carbonato de cálcio, ouro e mármore.